quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Desabafo de uma bibliotecária - por Caroline Corrêa


Hoje estava ouvindo o Pretinho Básico das 18h e o assunto em questão era o grande acervo particular de livros do falecido professor e jornalista Tatata Pimentel e a recusa de uma universidade em aceitar a doação deste acervo, por estarem rabiscados. Todos lamentaram esta recusa dizendo que poderia ter sido criada uma sessão dentro da biblioteca da universidade, com o nome do jornalista, com suas obras e seus grifos. Fetter e seus colegas comentaram sobre a importância da biblioteca e dos profissionais que ali trabalham, exaltaram também, que os bibliotecários são responsáveis por preservar os livros e consequentemente a informação. Citaram o quanto este profissional deve ser valorizado devido ao seu importante papel social. Confesso que fiquei muito feliz em ouvir comentários tão positivos sobre a minha futura profissão, ao contrário do que costumo ouvir de pessoas que desconhecem o trabalho do bibliotecário. 


Estou no 4º semestre do curso e para muitos esta minha escolha foi um “fracasso”, pois fazia Matemática e decidi trocar, ouvi algumas brincadeiras por pura falta de informação e até com pontinhas de preconceito. Mas pra mim foi o descobrimento de minha identidade, a possibilidade de juntar o prazer com o trabalho. Sim, amo muito livros, amo ler, amo sentir o cheiro de livro novo, amo devorar livros, amo saber que tem um livro dentro da minha mochila só esperando eu ter um tempinho pra abri-lo e desfrutar de sua linda história, amo ter uma lista de espera de livros, enfim quem ama ler sabe do que eu estou falando. O curso de Biblioteconomia ensina como posso cuidar deste bem tão querido, como a informação pode ser disponibilizada a seus usuários, como pode ser preservada, como ocorre a gestão da biblioteca, como promover a leitura na comunidade, entre outras funções. Contudo, acredito que falta nesta profissão a valorização do profissional perante a sociedade, comentários do tipo “precisa fazer faculdade para guardar livros nas estantes?” só denigrem a nossa imagem. Temos que buscar esta valorização, provar que somos e sempre seremos necessários na preservação e disseminação da informação para gerações futuras. 
Enfim queridos amigos é um “pequeno” desabafo sobre esta profissão que daqui a 2 aninhos, com muito orgulho, passará a ser minha 


Autora: Caroline Corrêa (Em 24/09/2013)

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