quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Me ensina


Quanto mais eu tento criar raízes, mais me convenço de que sou do mundo. Sou da estrada, sou dos sonhos e do que ainda está por vir. Não crio vínculos com lugares, crio apenas laços com o coração. Laços   que não são inoxidáveis, mas não rompem de maneira nenhuma. É um material antigo, que a ciência mais avançada não é capaz de reproduzir. O nome da matéria prima é o amor.

Quanto mais difícil e menos respostas eu tiver, mais eu acredito que domino o assunto. Porque assim eu me permito procurar, ler e tentar entender. Não necessariamente nesta mesma ordem. Gosto do que a maioria não gosta, do que acham muito difícil, chato e complicado. Gosto de ironias, piadas sem graça, pegadinhas que ninguém entende.

Gosto de sentir falta, mas prefiro sempre estar presente quando necessário. Gosto do meu mundo à parte, mas preciso dividir o mundo alheio. Faço questão de estar presente, mesmo que distante, mesmo que em silêncio. Sou distraída, mas observo. Muito. Mais do que eu mesma possa assimilar. 

Adoro ler. Na verdade amo. Mas não somente os livros. Gosto de ler pensamentos, histórias imagináveis. Textos que nunca escrevo. Gosto de ler a vida. Gosto de ler o movimento, o olhar e a sensação de plenitude nos olhos de quem eu amo. 

Me angustia essa fuga. A minha e a sua. A fuga do mundo, que insiste em não acreditar que podemos mudá-lo. A fuga do certo e do errado. A fuga do movimento que não para. A fuga de quem não vai embora e não entende que precisar partir para permanecer. 

Não acredito em ninguém que acredite 100% em si mesmo. Eu não sei o motivo. Talvez porque não exista nada 100% confiável. Acredito apenas que não devo acreditar sempre. Sem medida exata, sem perspectivas de sucesso ou fracasso. Acredito que acreditar vai além de fatos, e sempre tem de ser acompanhada do velho e bom sexto sentido.

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